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A “Mil Milhas Brasileiras” foi uma competição realizada no Autódromo José Carlos Pace, também conhecido como Autódromo de Interlagos, localizado na cidade de São Paulo, no bairro de Interlagos.

Trata-se de uma prova automobilística de longa duração criada em 1956 por Wilson Fittipaldi, piloto de automóveis, empresário e radialista especializado em automobilismo e pai dos também pilotos Emerson Fittipaldi e Wilson Fittipaldi Júnior, e por Eloy Gogliano piloto de motocicleta e presidente do Centauro Motor Clube.

O objetivo era demonstrar a qualidade dos produtos automotivos fabricados no país, servindo de campo para testes, através da realização de uma competição esportiva de velocidade e resistência para automóveis. Vencer esse desafio que envolvia velocidade, preparação refinada, suporte de box para correr 16 horas ininterruptas dentro da média da época, alto consumo de combustível e pneus, exigia muita preparação dos carros e pilotos.

A primeira prova, em 1956 foi vencida pela dupla Catarino Andreatta (o mais famoso automobilista gaúcho da época) e Breno Fornari, sendo a sua primeira competição em circuito fechado, pilotando um Ford Coupé 1940 Carretera. Os dois venceram também as edições de 1958 e 1959, tornando os primeiros tri-campeões da prova.

Já na 2ª edição das Mil Milhas Brasileiras as polêmicas começaram a acontecer, uma delas foi a desclassificação do carro vencedor, a Carretera Chevrolet Nº 82 da dupla Chico Landi e José Gimenez Lopes, que apresentou problemas nas lanternas traseiras, advertida pela direção de prova. Como a determinação não foi cumprida o carro veio a ser desclassificado dois dias depois do encerramento da prova. Assim a vitória ficou com Aristides Bertuol e Orlando Menegaz pilotando um Chevrolet.
Nesta mesma prova o piloto Djalma Pessolato, veio a falecer em decorrência dos ferimentos causados pelo choque com um cavalo entre as curvas 1 e 2 do traçado antigo e posterior capotamento.

Em 1960 a prova foi vencida pelos pilotos Chico Landi e Christian Heins, pilotando um Alfa Romeo JK 2000. O veículo encontra-se no Museu Particular (Museu do Automóvel da Estrada Real) na cidade de Tiradentes, estado de Minas Gerais-Brasil (eu vi este carro lá quando visitei o museu).

O Chevrolet Opala foi oito vezes ganhador da prova, sendo a primeira em 1981 com Zeca Giaffone, Afonso Giaffone Filho e Chico Serra. Depois mais sete vitórias consecutivas entre 1984 e 1990, mesmo número de vitórias dos Porsches.

Estes foram os resultados entre 1961 e 2008

1961 Italo Bertão
 Orlando Menegaz
Chevrolet Corvette
1962
/64
Não houve
1965 Justino de Maio
 Victoria Azzalin
Carretera Chevrolet
1966 Camilo Christófaro
 Eduardo Celidôneo
Chevrolet Corvette
1967 Luiz Bueno
 Luiz Terra Smith
Interlagos Mark 1
1970 Abílio Diniz
 Alcides Diniz
Alfa Romeo GTA 2000
1971
/72
Não houve
1973 Bird Clemente
 Nilson Clemente
Ford Maverick 4800
1974
/80
Não houve
1981 Zeca Giaffone
 Affonso Giaffone Filho
 Chico Serra
Chevrolet Opala Stock Car
1982Não houve
1983 Fausto Wajchenberg
 Vicente Corrêa
 Valdir Silva
Volkswagen Passat
1984 Zeca Giaffone
 Reinaldo Campello
 Maurizio Sala
Chevrolet Opala Stock Car
1985 Paulo Gomes
 Fábio Sotto Mayor
Chevrolet Opala Stock Car
1986 Zeca Giaffone
 Affonso Giaffone
 Walter Travaglini
Chevrolet Opala Stock Car
1987 Luís Pereira
 Marcos Gracia
Chevrolet Opala Stock Car
1988 Zeca Giaffone
 Luís Pereira
 Walter Travaglini
Chevrolet Opala Stock Car
1989 Zeca Giaffone
 Walter Travaglini
Chevrolet Opala Stock Car
1990 Carlos Alves
 José Carlos Dias
Chevrolet Opala Stock Car
1991Não houve
1992 Klaus Heitkotter
 Jurgen Weis
 Marc Gindorf
BMW M3 2300
1993 Antônio Hermann
 Franz Konrad
 Franz Prangemeier
Porsche 911
1994 Wilson Fittipaldi
 Christian Fittipaldi
Porsche 911 NSR
1995 Wilson Fittipaldi
 Antônio Hermann
 Franz Konrad
Porsche 993
1996 André Lara Resende
 Roberto Keller
 Roberto Aranha
Porsche 911
1997 Nelson Piquet
 Johnny Cecotto
 Steve Soper
McLaren F1 GTR
1998 Tom Stefani
 André Grillo
 Júlio Fernandes
AS Vectra 2.0
1999 Beto Borghesi
 Jair Bana
 Luciano Borghesi
Aldee AP-2000
2000Não houve
2001 André Lara Resende
 Régis Schuch
 Max Wilson
 Flávio Trindade
Porsche 911 GT3
2002 Régis Schuch
 Flávio Trindade
 Raul Boesel
Porsche 911 GT3
2003 Ingo Hoffmann
 Xandy Negrão
 Ricardo Etchenique
 Fernando Nabuco
Porsche 911 GT3
2004 Stefano Zonca
 Angelo Lancellotti
 Fabrizio Gollin
Dodge Viper GTS-R
2005 Xandy Negrão
 Xandinho Negrão
 Guto Negrão
 Giuliano Losacco
Audi TT DTM
2006 Nelson Piquet
 Nelsinho Piquet
 Christophe Bouchut
 Hélio Castroneves
Aston Martin DBR9
2007 Nicolas Minassian
 Marc Gené
Peugeot 908 HDi FAP
2008 Max Wilson
 Raul Boesel
 Marcel Visconde
Porsche 911 GT3 RSR

Fotos e Fatos Curiosos

Aqui a 3ª edição da prova realizada em 1958. O carro 98 já fora da prova e a Carretera 82 de José Gimenez Lopes e Chico Landi, segundo colocado naquele ano.

Em 1966 o KarMann-Guia de Carlos Pace, Totó Porto e Anísio Campos empurrado pelo Renault Rabo Quente pilotado por Élvio Ringel.

O DKW de Adalberto Ayres e Waldomiro Pieski capotado em 1966.

Mais uma de 1966, passagem da carretera de Camillo Cristófaro pelo bico de pato, seguida do Alpine de Bird Clemente e Carol Figueiredo.

Em 1992, a organização adotou uma nova estratégia direcionada a atrair maior público e atenção da mídia. Pela primeira vez, a prova teria largada durante o dia, ao meio-dia para aproveitar a iluminação natural durante a maior parte da prova. Esta estratégia foi adotada até 1997 e em 1998 a largada voltou a ocorrer durante a noite.

Um nome que não poderia ficar de fora desta matéria é o de Bird Clemente, vencedor das Mil milhas Brasileiras em 1973, fazendo dupla com seu irmão Nilson Clemente. Neste mesmo ano eles venceram as “25 Horas de Interlagos” e a prova “500 km de Interlagos”, consolidando as primeiras vitórias do Ford Maverick nas pistas brasileiras.

O melhor da festa fica sempre para o final, eu mesmo estou surpreso com o que vou descrever agora: Durante as pequisas para esta matéria vi que o piloto Ingo Hoffmann juntamente com Xandy Negrão, Ricardo Etchenique e Fernando Nabuco foram os vitoriosos na prova de 2003. Imediatamente fiz contato com Ingo que prontamente atendeu a minha solicitação em relatar sua participação na prova e os detalhes de sua vitória. Mais surpreso ainda fiquei quando recebi o e-mail e o que ali relatava, com isso resolvi postar o texto exatamente como recebi.

Boa tarde Marcus

Essa 1000 Milhas foi muito interessante, por diversos aspectos.
No mês de janeiro daquele ano, eu estava de ferias, no litoral de Sta Catarina, como fazia todos anos. Eu estava na praia, tomando uma caipirinha,  quado o Fernando Nabuco me ligou, perguntando se eu estaria interessado correr a prova, em um Porsche que ele estava trazendo da Europa. Isso era uns 15 dia antes da corrida. Como estava meio “alegre” concordei na hora, sem peguntar mais nada.
Quado voltei p SP, fui encontra-lo, e lá fiquei sabendo que ele estava trazendo somente o Carro, 1 mecânico, e algumas peças sobressalentes, e MAIS NADA. Não tinha nenhuma equipe de apoio,e nem  mecânicos. Ele me pediu para ver se eu conseguia arrumar uma equipe para fazer todo apoio durante a prova. Imediatamente pensei no Andreas Matheis, que como eu também fala alemão, e tinha uma tremenda equipe estruturada. Liguei para Andreas, expliquei toda situação à ele, mas ele disse que primeiro iria falar c o Xandy Negrão.
O Xandy topou, e o Andreas veio com toda sua equipe para fazer todo serviço. Junto conosco estava o Ricardo Etchenique dividindo a pilotagem.
O carro demorou para ser liberado na alfandega, de modos que só chegou no Autódromo de Interlagos depois que a primeira sessão de classificação já tinha sido realizada. Na segunda sessão classificatória, eu dei poucas voltas e fiz a Pole Position. para surpresa de todos, inclusive eu.
A largada, como em todas 1000 Milhas, era a meia noite, e chovia bastante. Lembro que larguei, e mantive uma disputa FANTÁSTICA com o Raul Boesel, (em outro Porsche) durante praticamente toda nossa primeira tocada. Foi sem a menor sombra de duvidas, uma das melhores disputas de minha carreira. Andamos o tempo todo no limite máximo dos carros,um ultrapassando o outro, de noite na chuva e ultrapassando carros mais lentos. No término de nossas tocadas, eu fui no box do Raul, para dar um abraço nele, e acabamos nos encontrando no meio do caminho, pois ele teve a mesma ideia que eu. Foi realmente um momento marcante em minha carreira. O carro do Raul acabou tendo um problema, de modos que acabou ficando fácil para nós vencermos a corrida, sendo essa a unica vez que venci uma 1000 Milhas.

abs
INGO

2008 foi o último ano da “Mil Milhas Brasileiras”. Em 2012 foi criada a prova “6 Horas de São Paulo”, realizada no Autódromo José Carlos Pace, fazendo parte do Campeonato Mundial de Endurance da FIA, disputada até 2015.Em uma publicação de 20 de setembro de 2018, a FIA confirmou a volta da corrida para o calendário 2019/2020. O evento será em 1° de fevereiro de 2020 em Interlagos. (Estamos aguardando ansiosos pela volta desta competição)

Fonte de Consulta: Wikipédia e sites relacionados

Fotos meramente Ilustrativas

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Matéria de

Marcus Vinicius

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Participação de

Ingo Hoffmann

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Revisão de

Jaderson Gomes

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05/07/2019

Comments

  1. Parabéns Vinícius e Janderson. Preservação de nossa história e valorização dos nossos fantásticos pilotos.
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