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Tudo começou em 1951 quando o então presidente da república Getúlio Vargas encomendou ao Capitão Lúcio Meira, subchefe da Casa Militar, um estudo sobre a viabilidade de implantar a Indústria Automotiva no Brasil. Desde 1919 a Ford montava seu Modelo T, o Ford “Bigode”, a General Motors implantou uma linha de montagem no Brasil em 1925 e a International Harvester montava caminhões desde 1926.
Neste mesmo ano foi criada a Comissão de Desenvolvimento Industrial (CDI), partindo para o exterior em busca de apoio de fabricantes estrangeiros, em troca de isenções fiscais e garantia de remessas de lucro às matrizes. Lúcio Meira, Luiz Villares, Humberto Monteiro, Jorge Resende, Alberto Pereira de Castro e Eros Orosco tiveram a missão de convencer os grandes fabricantes a investirem no Brasil.
Em 1952 o governo criou dentro da CDI a “Subcomissão de Jipes, Tratores, Caminhões e Automóveis”, presidida por Lúcio Meira. De seus estudos resultou o Aviso 288 em agosto de 1952 e da Carteira de Exportação e Importação do Banco do Brasil (CEXIM), que limitava a concessão de licenças para a importação de autopeças que já eram produzidas no país e o Aviso 311 de abril de 1953, vetando a importação de veículos montados.
Em 20 de janeiro de 1953 foi organizada a “I Mostra da Indústria Nacional de Autopeças” direcionada aos empresários do setor automotivo para apresentar as diversas autopeças nacionais. O evento aconteceu no Aeroporto Santos Dumont-RJ, com 145 estandes sendo: 103 de São Paulo, 24 do Rio de Janeiro, 17 do Rio Grande do Sul e 1 de Minas Gerais, expondo 106 componentes como baterias, pneus, bancos, anéis de pistão, entre outros.
A primeira montadora a instalar aqui foi a Volkswagen em abril de 1953, inaugurando sua fábrica no bairro do Ipiranga, em São Paulo-SP. Em Julho de 1955 transformou-se em Sociedade Anônima (Volkswagen do Brasil S.A.) com 80% de capital alemão e 20% do grupo Monteiro Aranha. No mesmo ano transferiu sua produção para São Bernardo do Campo-SP.
A segunda empresa a vir para o Brasil foi a alemã Mercedes Benz, tendo sido a primeira a assinar um contrato com a CDI, mas só iniciou a construção da sua fábrica em outubro de 1953, no km 15 da Via Anchieta.
Ainda em 1953, o Congresso aprovou a Lei 2004 criando a Petrobras, empresa responsável pela pesquisa, lavra, refino, comércio e transporte de petróleo pelo país. Em 1954 Vargas criou a Comissão Executiva da Indústria de Material Automobilístico (CEIMA) para disciplinar e promover a fabricação de automóveis segundo um plano de nacionalização progressiva. A comissão não chegou a ser instalada por força da trágica morte de Vargas. Enquanto o Brasil se engajava nas eleições, vinte projetos alemães, franceses e americanos aguardavam nas gavetas. Os futuros fabricantes de veículos desligaram-se do Sindicato da Indústria de Construção e Montagem do Estado de São Paulo para fundar uma entidade própria, a Associação Profissional dos Fabricantes de Tratores, Caminhões, Automóveis e Veículos Similares do Estado de São Paulo.
Em 21 de dezembro de 1955, o novo presidente eleito Juscelino Kubitschek inaugurou a fundição de motores diesel da Mercedes Benz (Sofunge).
Entre os anos de 1953 e 1956 foram poucos veículos montados, a maioria veículos comerciais, como caminhões e ônibus. Quando JK tomou posse em 1956 a General Motors estava produzindo 140 veículos por mês, embora sua linha de montagem permitisse 200 veículos por dia. A Ford estava preparada para fabricar 125 veículos por dia e produzia apenas 10 por mês. Algumas montadoras interromperam sua produção, como a Varam Motors (carros e caminhões Fiat e Nash) e a Brasmotor que desistira dos automóveis Chrysler e dos caminhões Dodge, DeSoto e Fargo, a espera de dias melhores.
Em 15 de maio de 1956, já no governo JK foi criada a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que absorve o sindicato específico da categoria, e em 16 de junho foi criado o GEIA (Grupo de Estudos da Indústria Automobilística) reunindo empresas fabricantes de autoveículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus/autocarros) e máquinas agrícolas automotrizes (tratores de rodas e de esteiras, cultivadores motorizados, colheitadeiras e retroescavadeiras) com instalações industriais no Brasil ou em vias de iniciar a produção.
O primeiro carro 100% brasileiro foi produzido pela Romi, indústria de tornos e equipamentos agrícolas, que obteve a licença de um minicarro italiano, o Isetta. Surgindo em 1956, a Romi-Isetta, equipada com um motor semelhante ao de uma motocicleta, rodas aro 14 e somente uma porta, frontal. No mesmo veio a FNM (Fábrica Nacional de Motores) e a Vemag (de origem alemã) lançando carros totalmente nacionais, apesar de serem cópias licenciadas de modelos baratos europeus e norte-americanos.
A partir daí nem preciso descrever o que se tornou a indústria automotiva no Brasil, só para completar, em 2019 foram vendidos 2,78 milhões de veículos no país, o que representou um crescimento de 8,6% em comparação com 2018, sendo o melhor resultado desde 2014. O Brasil fechou 2019 em sexto lugar no ranking mundial de venda de veículos.
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Fonte: Wikipédia e sites relacionados
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Mais uma do Marcus Vinicius.
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11/nov/2020
Bom dia. Cada vez mais esse site se torna referência em consultas ” antigomobilisticas”. Parabéns.