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Como já declarei aqui, muitas vezes falta inspiração para escrever, aí tenho que ficar atento para achar um tema; foi o que aconteceu esta semana, assistindo a séria da NETFLIX “Quem Matou Sara ?” deparei com um carro que chamou a minha atenção; o qual não reconheci. Durante sua aparição em uma cena consegui ver o logo “Valiant” e a partir daí foi a vez do Google me dar todas as informações necessárias para esta matéria, espero que gostem.
Cenas da série “Quem Matou Sara ?“
O Valiant foi criado como entrada ao mercado emergente de carros compactos, lançado em 1959 com o nome de Valiant e denominado Plymouth Valiant a partir de 1960; comercializado pela divisão Plymouth da Chrysler Corporation nos Estados Unidos até 1976.
O Valiant também foi comercializado em diversos países como: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Finlândia, México, Nova Zelândia, África do Sul, Suécia, Suíça e Europa Ocidental; em muitos deles com o logo da Chrysler.
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Primeira geração (1960-1962)
O Valiant estreou no 44º Salão Internacional do Automóvel Britânico de Londres, em 26 de outubro de 1959. Foi apresentado como modelo 1960, anunciado com o slogan “Irmão mais novo de ninguém, este aqui tem seus próprios quatro pneus”. Para o ano modelo1961 o Valiant foi classificado como modelo Plymouth.
O diretor de produtos da Plymouth, Jack Charipar, deu impulso a uma versão de corrida de stock car do Valiant. Batizados de Hyper-Pak Valiant, 7 carros foram preparados para a nova categoria de compactos da NASCAR estreando no Daytona International Speedway em 31 de janeiro de 1960. A primeira de duas corridas foi um percurso composto de estrada e circuito oval de 10 voltas, 38,1mi (61,3 km), com velocidade média de 88,134mph (141,838 km/h), Marvin Panch levou seu Hyper-Pak Valiant ao primeiro lugar; todos os Hyper-Paks varreram a pista conquistando os sete primeiros lugares.
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Segunda geração (1963-1966)
O Valiant foi totalmente remodelado para 1963 com distância entre eixos 13mm mais curta; com o capô largo e plano e o deck traseiro plano e quadrado. O friso superior vai da parte traseira da carroceria, em uma varredura suave até a ponta do para-lama dianteiro. Um segundo friso inicia abaixo do capô e segue para trás e para baixo até a borda traseira do para-lamas dianteiro. A linha do teto é mais plana e de perfil mais nítido. A grade é uma variação do formato trapezoidal invertido que caracteriza os Chryslers contemporâneos, com uma inserção de malha fina.
O Valiant era oferecido com capota rígida e conversível de duas portas, sedã de duas ou quatro portas e uma perua de quatro portas. O de capota rígida e o conversível com capota manual, eram oferecidos apenas nos níveis de acabamento V200 alto e Signet Premium.
O Valiant 1963 foi muito bem recebido pelo público e as vendas no ano subiram para 225.056 unidades somando todos os países. Também em 1963 o Valiant começou a ser vendido no México como “Chrysler Valiant”.
Com base no sucesso de vendas em 1963, o Valiant entrou em 1964 com alterações de design que proporcionaram melhor economia e desempenho. As mudanças no Valiant 1964 incluiu uma frente reestilizada com nova grade com barras horizontais. Um medalhão “Valiant” foi colocado no centro da grade, onde as barras formam uma protuberância plana. Lanternas traseiras verticais substituíram os itens horizontais anteriores. Em meados de 1964, a Chrysler lançou um novo motor V8 de 273 cu in (4,5 L) como opcional em todos os Valiant.
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Terceira geração (1967–1973)
O Valiant foi completamente redesenhado para o ano modelo 1967. As peruas capotas rígidas e os conversíveis foram descontinuados. Quem desejasse um cupê ou conversível com capota rígida do tipo Valiant poderia optar pelo Barracuda de estilo semelhante baseado no Valiant com estilo mais esportivo. A nova linha de modelos Valiant incluía sedãs de duas e quatro portas em uma distância entre eixos recém-aumentada em 27cm.
O design era simples e retilíneo, as laterais da carroceria foram levemente esculpidas com uma linha inferior afilada que se alargava em direção às rodas. As lanternas traseiras verticais foram segmentadas com uma aparência espalhada.
Para o modelo 1968, a barra divisória horizontal da grade foi removida e as placas de identificação do modelo foram movidas para o para-lama dianteiro.
Em 1969 uma nova grade de peça única e largura total, novas lanternas traseiras e o acabamento interno foi melhorado; os motores permaneceram inalterados.
Não param de mexer no carro, para 1970 o Valiant, chegou com uma nova grade de plástico esculpida de forma diferente da peça de metal de 1969. A parte central projeta-se rente à borda dianteira do capô, enquanto o restante da grade é recuado em relação ao plano frontal. O sedã de duas portas foi descontinuado.
1972 foi o melhor ano de vendas do Valiant com 330.373 unidades. Em 1973, as janelas de ventilação foram excluídas da versão Scamp e todos os modelos receberam uma nova grade e para-choques dianteiros, capazes de suportar danos a um impacto de 5mph (8 km/h), bem como vigas de aço dentro das portas para proteger os ocupantes do veículos em colisões de impacto lateral.
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Quarta geração (1974-1976)
Em 1974 o sedã Valiant tornou-se um Dart rebatizado com novos contornos do para-lamas traseiro, as proteções de borracha do para-choque dianteiro foram cromadas. As lanternas traseiras foram amplamente redesenhadas, resultando em uma aparência mais formal. As únicas diferenças entre o Valiant e o Dart foram pequenos cosméticos.
Também em 1974 conhecemos o Valiant Brougham e seu gêmeo, a edição especial Dodge Dart. Disponíveis em modelos de duas ou quatro portas, era um carro compacto de luxo, concebido como uma alternativa atraente para substituir os carros de luxo maiores após a crise do petróleo de 1973. O Brougham tinha acabamentos cromados generosos, teto de vinil, carpete de pelo profundo, estofamento em tecido de veludo, estofamento de portas internas, tampas de rodas com cores e uma seleção especial de combinações de pintura e acabamento.
Em 1976 o Valiant passou a integrar as forças policiais oferecido em três tamanhos de motor. Foi recomendado pela Chrysler por ser o único com “recursos de resistência adicionais para melhorar a durabilidade”. Ainda em 1976 o Valiant e o Dart foram substituídos pelos Plymouth Volare e Dodge Aspen F-body que não mantiveram a reputação de qualidade e durabilidade de seus antecessores, prejudicando a reputação e a lucratividade da Chrysler, contribuindo para sua quase falência em 1979/80.
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O Valiant pelo mundo
Canadá (1960-1966)
No Canadá o Valiant foi comercializado nas concessionárias Dodge e Plymouth apenas como “Valiant”; era visualmente semelhante ao americano, exceto pelo emblema na tampa do porta-malas que dizia “Chrysler”, além de pequenas diferenças no acabamento interno e externo.
O Barracuda canadense, denominado “Valiant Barracuda”, foi produzido no Canadá em 1964 e 1965 e importado em 1966.
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Austrália (1962–1981)
O Valiant foi lançado na Austrália em 1962 com volante à direita, pouco mais de 1.000 deles foram vendidos antes de serem substituídos por uma versão adaptada do modelo dos EUA de 1962. Como em outros mercados fora dos Estados Unidos, eles foram vendidos como Chrysler.
A Chrysler Australiana foi comprada pela Mitsubishi Motors Austrália e os últimos Valiant australianos foram produzidos pela Mitsubishi em 1980 e 1981.
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México (1963–1988)
Os Valiant, montados e vendidos no México de 1963 a 1976, eram os mesmos modelos de carroceria dos EUA, com pequenas diferenças. A linha Mexican Valiant produzida de 1963 a 1969 incluía uma versão chamada de “Acapulco”, disponível apenas no México em homenagem à cidade turística costeira de mesmo nome.
O Valiant Duster foi lançado no México em 1970, o mesmo Plymouth Duster dos Estados Unidos. O Valiant Volare K foi o último carro com o emblema da Valiant vendido no México encerrando sua participação em 1981.
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Nova Zelândia (1963-1981)
O primeiro modelo Valiant da Nova Zelândia foi a série australiana Chrysler Valiant “S” de 1963. Foram produzidos na Nova Zelândia apenas sedãs de quatro portas e utilitários (picapes). Já as peruas, cupês e os sedãs sofisticados Chrysler by Chrysler de meados dos anos 1970 eram importados da Austrália.
Na Nova Zelândia a Todd Motors montou o Valiant Charger 770 australiano de duas portas, entre 1971 e 1976. Em 1981 foi encerrada a comercialização do modelo.
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Argentina (1962–1968)
Em 1962 a Chrysler-Fevre Argentina SA começou a montar a versão Plymouth Valiant 1960 americana, identificado como Chrysler e na sequência apenas “Valiant”, como uma marca independente, na versão quatro portas.
Em 1965 foi lançado o “Valiant III”. Apesar do nome, este carro era semelhante ao Dodge Dart dos EUA de 1963. Em 1967 foi lançado o “Valiant IV” que também se parecia muito com o Dodge Dart dos EUA de 1966 e finalmente em 1968 encerrando sua participação no país, apresentado apenas como “Valiant” derivado do Coronado/Polara.
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África do Sul (1960-1980)
Os Plymouth Valiant com volante à direita foram vendidos na África do Sul com a marca DeSoto Rebel a partir de 1960, montados na fábrica da Chrysler na Cidade do Cabo.
Os últimos Valiant construídos na África do Sul foram o australiano Valiant CL de 1975 a 1978, e o australiano Valiant CM de 1978 a 1980.
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Reino Unido (1959-1976)
Inicialmente os Chryslers foram importados pelo Reino Unido partindo dos Estados Unidos e do Canadá com volante à direita através da Chrysler International na Bélgica, responsável por todas as importações europeias. O Reino Unido recebeu Plymouth Valiant, bem como outros veículos Chrysler e Dodge até 1967, quando a Chrysler International definiu que todos os mercados RHD (volante à direita) seriam abastecidos pela Austrália.
Os australianos VG, VH, VJ e VK Valiant continuaram a ser vendidos no Reino Unido ao longo da década de 1970, incluindo o cupê australiano Valiant Charger e o Chrysler By Chrysler de longa distância entre eixos. As importações cessaram em 1976.
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Nas telas
Steven Spielberg dirigiu o filme para TV chamado Duel (No Brasil com o nome Encurralado), destacando um Plymouth Valiant laranja 1970, estrelado por Dennis Weaver. A escolha do Valiant, segundo Spielberg, não foi tanto pelo modelo do carro, mas sim pela cor laranja brilhante que combinava com a paisagem desértica do local de filmagem.
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Matéria de Marcus Vinicius
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Revisão de Jaderson Gomes
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28/DEZ/2023