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Quando se fala em produção de automóveis é comum haver uma separação entre modelos produzidos em série e modelos não produzidos em série, os chamados “fora-de-série”. A razão é simples: impedir que um carro de exemplar único feito sob encomenda, por exemplo, seja comparado em igualdade a modelos produzidos em massa. Os fora-de-série são chamados apenas de “limited production cars” ou “low volume vehicles“. Via de regra eles são produzidos artesanalmente, um a um, e usam motores fornecidos por outros fabricantes, porém chassi e carroceria próprios.

Para ilustrar melhor vamos mostrar veículos chamados de Fora-se-série. Alguns produzidos em grande número e outros que ficaram apenas como protótipos, mas merecem ser mostrados, tanto pela beleza ou pela falta dela, e pela ousadia de projetar e desenvolver um veículo.

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Vamos Conhecer alguns destes carros

Adamo, tinha como símbolo um cavalo-marinho, sua primeira aparição foi no Salão do Automóvel de 1968. Em 1970 foi apresentado o modelo GT, montado sobre a plataforma Volkswagen tinha o comportamento de um Fusca 1300. Em 1972 após 150 unidades o modelo parou de ser produzido.

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Envemo Super 90 Coupe – réplica do Porsche 356, construído sobre o chassi do Volkswagen Brasília e utilizando o motor refrigerado a ar 1.6L do Fusca. O modelo atingiu grande sucesso sendo exportado para os Estados Unidos e Europa. 

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O Jipe Jeg, era produzido pela Dacunha, com chassi e mecânica VW arrefecida a ar, carroceria em aço galvanizado, tração total e bloqueio seletivo das rodas traseiras. O Jeg 4×4 tem a fama de ser eficiente em trilhas. Devido à sua raridade é quase lendário hoje.

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Corcel Targa. Destinado a quem gosta de carro exclusivo, meia capota conversível e teto solar removível, realmente um carro atraente. Vocês já viram algum passando por aí?

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Nick, feito sobre a estrutura da picape Saveiro com motor 1.6 que era comprada diretamente da VW. Para amortizar custos as partes não usadas eram revendidas. Desde 1988, foram fabricados aproximadamente 130 Nicks, que saiu de cena quando os olhares se voltaram para os primeiros importados.

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Camper, produzido pela paulistana Envemo (Engenharia de Veículos e Motores) em 1989 apostou em um SUV inspirado no Jeep Cherokee Sport. Usava chassi do Engesa 4, e motores 2.5 quatro cilindros (82 cv) ou 4.1 seis-cilindros (121 cv), emprestados do Chevrolet Opala.

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Em 1989, deu-se início a um grande esforço para fabricar um automóvel com alta tecnologia chamado de “Aurora” inspirado na Ferrari F40 . Usava motor de Monza 2.0 transformado em 2.2 que atingia 238 Km/h a 5800 rpm com 173 cv. Apresentado no Salão do Automóvel de 1990 nunca chegou nas ruas, devido ao seu alto custo de projeto e produção foram produzidas apenas três unidades.

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Criada pelo empresário Giuseppe Russo, a Farus (o nome originado de “Família Russo”) fez alguns esportivos com desenho baseado nos Lotus e nas Ferraris. O mais célebre foi o Beta de 1984. Com motor central 1.8 ou 2.0 do Monza, possuía chassi próprio. A empresa acabou fechando em 1990 com a abertura do país aos importados.

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Dardo, Pequeno esportivo projetado por Toni Bianco, cópia do Fiat X1/9 italiano. Apresentado no XI Salão do Automóvel em 1978 com mecânica Fiat 1.3 e lançado um ano depois, produzido pela Corona S.A.

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Formigão, o utilitário de fibra e motor VW 1600 foi produzido entre 1978 e 1980, a picape tinha capacidade de carga de 650kg.

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Miura é uma marca de automóveis brasileira, criada pela Besson Gobbi S/A. Foi fundada em 1976 e paralisou suas atividades em 1992, quando da abertura do mercado nacional aos veículos importados.

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Na década de 1950, o pastor americano Alfred A. Juliano se propôs a construir o automóvel mais seguro até aquela data, e após conseguir o financiamento necessário e desenvolver suas ideias, apresentou em New York em 1957, o chamativo Aurora Safety Car. Um carro que embora introduzisse soluções realmente inovadoras para a época, nunca teve o sucesso esperado e logo ficou esquecido com uma única unidade construída. O carro permaneceu desaparecida até 1993 quando foi localizada totalmente destruída. A restauração durou 12 anos até ser apresentado ao mundo no Festival de Velocidade de Goodwood de 2005.

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Onça – produzido pela FNM, um carro esportivo inspirado no “Ford Mustang”, com chassi e mecânica da ALFA ROMEO e carroceria artesanal. Foi apresentado no Salão do Automóvel de 1966 e apenas 5 unidades foram produzidas.

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Mignone, mostrado no XIV Salão do Automóvel, tinha somente 2,80m de comprimento e espaço para bagagens surpreendentemente grande: 387 litros, ou 452 litros com o banco direito deslocado para a frente. Apresentado em duas versões de acabamento (S e SL), chassi tubular integrado à carroceria monobloco de fibra de vidro e motor Volkswagen 1600 refrigerado a ar, nunca entrou em produção.

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O Phoenix era uma réplica do Mercedes-Benz 280L, lançado em 1982 na versão conversível com capota de lona e teto rígido. O carro utilizava toda a mecânica do Chevrolet Opala, inclusive a plataforma (revestida de fibra para prevenir a corrosão), motor quatro e seis cilindros, a gasolina ou álcool, câmbio de quatro e cinco marchas, manual ou automático. Foram produzidos aproximadamente 200 unidades.

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Puma foi uma fabricante brasileira de automóveis esportivos e caminhões de pequeno porte; atuou entre 1967 e o início dos anos 1990. Utilizava em seus automóveis mecânicas DKW (3 cilindros), Volkswagen (4 cilindros) e General Motors (4 e 6 cilindros).

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O Santa Matilde apareceu em 1978, usou mecânicas Opala 2.5, 2.5 turbo e 4.1, chegou a custar o preço de dois Opalas Comodoro. Até o encerramento da sua produção em 1997 foram produzidos 937 unidades.

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Americar XK120, réplica do Jaguar XK120, lançada em 2003 com mecânica Opala 4.1. Em 2010, ganhou o 2.0 flex do Vectra e uma opção de V8 5.7 da GM americana, com 350 cv. Ainda é produzido nas versões cupê e roadster.

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 Avallone TF lançado em 1976 usando mecânica do Chevette, motor, câmbio, eixo dianteiro, diferencial e freios. Replica do MG-TF inglês de 1953.

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Em 1974 conhecemos o Puma GTB (Gran Turismo Brasil). Diferentemente dos demais Pumas, utilizava motor 250S 4.1 de 171 cv e 32,5 mkgf de torque emprestado do Chevrolet Opala, montado em chassi tubular próprio, bem parecido com os esportivos americanos.

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Com linhas arrojadas e europeias para a época, o Bianco foi apresentado no Salão do Automóvel de 1976, com mais de 180 unidades negociadas neste evento. Sua produção mensal girou em torno de 20 unidades, fechando suas portas em 1979 por divergências entre os sócios.

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Chamonix, produzido a partir de 1978 foi uma réplica do Porsche Spyder 550, modelo de competição de grande sucesso fabricado entre 1954 e 1956. Projetado por Chuck Beck, a réplica tinha carroceria moldada em plástico reforçado com fibra de vidro, chassi tubular, mecânica Volkswagen e motor 1600 refrigerado a ar com 54 cv.

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GT Malzoni, desenvolvido por Francisco Malzoni (Kiko), filho de Genaro “Rino” Malzoni, idealizador do Puma e um dos sócios da fábrica que o produziu. Sua produção não foi duradoura, o último deve ter sido feito em 1978, diz Kiko, sua estimativa é de 35 a 45 unidades produzidas no total (sem dados concretos).

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GT 4R – A Puma projetou e fabricou apenas três unidades em 1969 por encomenda da Revista Quatro Rodas; os carros foram sorteados ao longo de três edições entre leitores da revista.

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Shelby Cobra, após encerrar sua produção em 1967, réplicas do modelo foram espalhadas por diversos países. No Brasil foram três empresas que se dedicaram montar o carro, são elas: QSH, Newtrack e Americar.

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Brasinca 4200 GT , utilizava o motor 6 cilindros da Chevrolet 4200cc, produzido a partir de março de 1965. Logo no início da produção a Brasinca desistiu do projeto passando para as mãos da STV e o carro passou a chamar Uirapuru. No total foram produzidos 77 unidades até 1967.

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O MP Lafer foi um automóvel lançado em 1974, criação de Percival Lafer dono da Fábrica de Móveis Lafer. O MP Lafer era uma réplica bastante fiel do clássico inglês MG TD, com mecânica da Fusca. Nos primeiros exemplares produzidos foi utilizado o motor VW 1500cc, substituído pelo VW 1600cc cerca de seis meses depois. A produção foi interrompida em 1990 com cerca de 4.300 unidades vendidas.

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capa

Ararê Arte Automotiva

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Matéria de Marcus Vinicius
Colaboração de Daniel Silva
Fotos meramente ilustrativas
Fonte: Wikipédia e sites relacionados

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17/maio/2019

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Comments

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  2. Ótima matéria, mas faltaram alguns carros tais como Emme Lotus, Hofsteter o mais lindo de todos e que foram produzidos apenas 20 veículos, o Concorde com motor de Landau.
    A Chamonix ainda existe com fábrica em São Paulo. Hoje ela produz o chassi próprio e tem sua venda para o exterior com a autorização da Prosche.
    Seria muito bom fazer uma reportagem paramostrar esses veículos que são uma obra de arte

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