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A Willys Overland foi uma montadora de automóveis dos Estados Unidos em operação na primeira metade do século 20. Ficou famosa por ter criado e produzido, em parceria com a Ford, o lendário Jeep da Segunda Guerra Mundial.
Em 1952 a empresa abriu uma filial no Brasil, que se tornou importante personagem no início da indústria automobilística brasileira e também no automobilismo. A marca existiu até 1975, quando o último veículo Willys deixou a linha de montagem da montadora AMC.
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História
As raízes da Willys estão na Standard Wheel Company, uma fábrica de automóveis de um e de dois cilindros criada em 1902 na cidade americana de Terre Haute, no estado de Indiana. Ao migrar para Indianápolis em 1905, a capital do estado, a empresa mudou o nome para Overland Co.
Uma crise financeira dois anos depois dessa mudança possibilitou que o controle acionário da empresa fosse adquirido por um bem-sucedido representante comercial que havia vendido bicicletas e automóveis de diversas marcas, chamado John Willys. Então a empresa foi rebatizada como Willys-Overland Co. e logo lançou um carro pequeno com motor de quatro cilindros obtendo boas vendas no mercado. A firma produziu também dois modelos de luxo com motor de seis cilindros, porém sem êxito comercial. O primeiro campeão de sucesso da marca foi o modelo 79, de 1914, com preço abaixo dos 1.000 dólares, vendeu 80 mil unidades já no primeiro ano de produção.
Foi também em 1914 que a Willys apostou na tecnologia de camisas deslizantes criada por Charles Knight para fabricação de motores de quatro tempos sem válvulas, dando origem à subsidiária Willys-Knight que produziu modelos de sucesso satisfatório.
A crise de 1929 afetou a Willys e em 1933 a empresa teve que concentrar a produção em apenas um modelo, o “77”, de quatro cilindros, com o preço mais baixo da história da montadora: US$ 445. Esse modelo bem-sucedido garantiu a sobrevivência da Willys até a Segunda Guerra Mundial, quando surgiu o principal marco da história da montadora.
Em 1940 a Willys venceu a licitação para construir o Jeep, com a colaboração da Ford; destinado às frentes de combate do Exército norte-americano na guerra. O nome do veículo vem de general purpose, veículo de uso geral, abreviado para suas iniciais gp, pronunciadas em inglês como jeep.
Em 1946 surgiram versões do Jeep mais voltadas ao mercado civil – a Utility Wagon, que ficaria conhecida mais tarde no Brasil como Rural Willys, e também a versão picape.
Chegou a ser criada uma versão, chamada de “Agri-Jeep”, com o objetivo de substituir os tratores nas fazendas, mas não teve êxito comercial por ser leve demais para o trabalho no campo.
Até 1951 a Willys produziu apenas veículos da linha Jeep, a partir daí foram lançados novos modelos, como o Aero, destinado às famílias do pós-guerra. Em 1953 a firma passou pela primeira de uma série de aquisições, sendo comprada pela Kaiser Motors e tendo seu nome alterado para Willys Motor Company. As vendas dos carros de passeio da Willys e da Kaiser estavam em declínio, então em 1955, a fabricação de carros cessou nos Estados Unidos e todo o maquinário para fabricação do Aero foi mandado para o Brasil.
Em 1963, a firma passou a se chamar Kaiser-Jeep, até a sua aquisição em 1970 pela AMC. Em 1975 a nova proprietária ressuscitou o nome Willys, porém apenas como fábrica de peças sobressalentes.
A AMC continuou a produzir o maior legado da Willys, o Jeep, até 1986, mesmo depois de ser comprada pela Renault em 1979. A linha Jeep original, com o nome oficial de CJ, foi substituída pela nova linha Jeep Wrangler, que apesar da marca Jeep e a semelhança com o antecessor, trazia muitas mudanças mecânicas. A Renault vendeu a AMC para a Chrysler em 1987, que por sua vez se uniu à Mercedes-Benz em 1998. Curiosamente, após toda essa série de aquisições, a marca Jeep continua viva e, em 2002, a DaimlerChrysler trouxe de volta a marca Overland, utilizada no Jeep Grand Cherokee.
No Brasil
A Willys foi fundada em 26 de agosto de 1952, em São Bernardo do Campo, estado de São Paulo.
Em 1954 chegaram às ruas o Jeep Willys, ainda montados com peças americanas e comercializados com o nome de Jipe Universal. Valente, com tração em duas ou quatro rodas e câmbio de três marchas com redução, logo o Jipe se mostrou adequado às estradas e fazendas brasileiras.
A versão Rural Willys surgiu em 1956.
Em 1957, as partes do veículo passaram a ser fabricadas no Brasil e em 1959 o motor também passou a ser brasileiro, um seis cilindros de 2.638cc e 90cv de potência que viria a ser adotado na maioria dos veículos da montadora.
Mesmo tendo recebido as ferramentas para a montagem do modelo Aero, quando a matriz norte-americana encerrou a produção de veículos de passeio, o primeiro carro urbano da Willys brasileira foi o pequeno Dauphine, em 1959, produzido sob licença da Renault. O econômico veículo foi um dos maiores rivais do Volkswagen Fusca no mercado brasileiro dos anos 1960, em suas várias versões que surgiram nos anos seguintes.
O Dauphine/Gordini também foi o protagonista de uma série de vitórias da Equipe Willys de competições no automobilismo brasileiro, com pilotos como Christian Heins, Emerson Fittipaldi, Wilson Fittipaldi Júnior e Luiz Bueno.
Finalmente em 1960 foi lançado o Aero-Willys, ainda com a carroceria arredondada do modelo norte-americano, que rendeu a esta primeira versão o apelido de “Aero-Bola”. Em termos de mecânica, o Aero era simplesmente o Jeep com carroceria urbana. Pesava 1.440 kg e atingia 120 km/h de velocidade máxima e aceleração de 0 a 100 km/h em 17,8 segundos. O consumo de combustível era da ordem de 7 km/litro.
Em 1961 a Willys lançou mais um veículo produzido sob licença da Renault, o Interlagos, cópia do Renault Alpine, e primeiro veículo esportivo de série do Brasil, com carroceria em fibra de vidro em três versões de estilo (cupê, berlineta e conversível) e mecânica baseada no Dauphine, mas com várias opções de carburação e potência.
Em 1962 foi feita uma completa reestilização na carroceria do Aero, liderada pelo projetista americano Brooks Stevens, e lançado em dezembro o modelo Aero 2600, com linhas retas, modernas para a época, e algumas alterações no motor que aumentou a potência para 110cv.
Em 1966 a versão de luxo, um veículo diferente, chamado de Itamaraty.
Ainda em 1965, a Willys começou a estudar um sucessor para a linha Dauphine/Gordini, e novamente em parceria com a Renault criou o “Projeto M”. Porém, por razões apontadas como administração empresarial ineficiente e gastos excessivos com o departamento esportivo, a Willys entrou em crise financeira e em 1967 a Ford assumiu o controle acionário da empresa. O Projeto M, já bastante avançado, foi concluído e deu origem ao Ford Corcel, os primeiros exemplares ainda saíram de fábrica com vidros timbrados com a marca da Willys.
Os carros das linhas Jeep e Aero continuaram a ser produzidos, sob a marca Ford-Willys até 1970, e posteriormente, por mais alguns anos, apenas com a marca Ford. A linha Jeep ainda continuou sendo produzida até 1983 e a partir deste ano passou a ser história, que ficará eternizada em seus belos veículos espalhados pelo mundo nas mãos de colecionadores.
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Marcus Vinicius
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