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Ford tinha um grande problema a enfrentar no final dos anos 1970; com o início da nova década era necessário remodelar seus carros para não perder vendas para os modelos mais modernos de seus concorrentes. Como o mercado estava em crise, não se podia investir muito em um novo modelo e a solução foi projetar um novo carro com uma plataforma já existente no mercado nacional.  

Foram apresentados dois modelos para testar a opinião dos consumidores e o escolhido foi o que se assemelhava ao projeto final do Ford Del Rey. Um sedã médio, com três volumes bem definidos, opção de duas ou quatro portas e motor econômico, sendo a alternativa para evitar maiores custos. O modelo foi baseado no Ford Granada MKII, modelo grande da Ford inglesa fabricado na mesma época e no Ford Taunus, produzido pela Ford na Alemanha. Eram muito semelhantes tanto frente quanto traseira e lateral, apesar do modelo brasileiro ser menor. As opções eram a criação de um carro com base no Maverick quatro portas, aumentando seu espaço traseiro que era o maior problema do modelo, ou criar um produto com base na plataforma do Corcel II, lançado dois anos antes, ganhou o Corcel II.

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Primeira geração – 1981/1984

O Ford Del Rey foi lançado em meados de 1981 nas versões Ouro e básica, chamada popularmente de “Prata”. Era um carro de acabamento refinado, e que lembrava seu irmão mais velho o Ford Corcel. A versão mais completa vinha de série com itens incomuns mesmo nos carros da sua categoria, como rodas de liga leve, vidros elétricos, travas elétricas nas portas, retrovisores com comando interno, bancos em veludo, faróis de neblina, relógio digital localizado no espelho retrovisor central, entre outras coisas.

O modelo recebeu câmbio automático como opcional em 1983 e em 1984 recebeu o motor CHT, uma revisão do antigo motor 1.6 de origem Renault que equipava o Corcel GT, revisado para equipar o recém chegado Ford Escort. O novo motor fez muito bem ao modelo, o anterior apesar de econômico era alvo de críticas de seus proprietários nas acelerações e retomadas, perdendo sempre nos comparativos com os principais concorrentes em sua época, como Chevrolet Opala, Volkswagen Santana e o Chevrolet Monza.

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Segunda geração – 1985/1991

Em 1985 a Ford fez algumas alterações no modelo, que permaneceram até o final da sua vida em meados de 1991. O já cansado sedan ganhou nova frente, semelhante a do Ford Corcel, com grade aerodinâmica e um spoiler que servia de moldura para os faróis de neblina. Com a nova denominação, saiu de linha o Ouro e o Prata, entrando o GL como básico, GLX como intermediário e o Ghia na versão topo de linha. Perdeu o requinte das rodas de liga leve, mas ganhou novos itens, o aro aumentou para 14 polegadas e foi o primeiro carro nacional não esportivo a utilizar pneus com perfil 60 e retrovisores elétricos a partir de 1987. Com a saída de linha do Ford Corcel em 1986 a Ford criou a versão L, de acabamento mais simples, ocupando a lacuna entre o Escort e o Del Rey mais completo.

Com a fusão da Volkswagen e Ford em 1987, foi criada a Autolatina e o Del Rey foi um dos poucos modelos que lucrou com essa fusão. Ganhou o motor AP 1.8, mais moderno, o mesmo que equipava o Volkswagen Santana. Com um pequeno ganho de desempenho, sua velocidade máxima subiu de 146 km/h para 156 km/h, e a aceleração de 0 a 100 km/h passou de 16,50s na versão GLX de 1986 para 13,88 segundos, devido a nova redução do câmbio e pequeno aumento de potência. Uma diferença entre os motores 1.6 e 1.8 foi o consumo, que subiu ligeiramente.

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Ford Del Rey Scala

Derivada do Del Rey, a Scala foi lançada em 1983, sendo uma evolução da Belina, disponível apenas na versão Ouro. Com acabamento superior, introduziu equipamentos inéditos à categoria; travas e vidros elétricos, console de teto com relógio digital, luzes de leitura e o painel trazia manômetro de pressão do óleo. O ar-condicionado era opcional e no inicio a direção hidráulica não era oferecida nem como opcional. O motor era o 1.6 de 69cv e em 1984 recebeu freios a disco ventilados na dianteira e a potencia aumentou para 73cv.

Em 1985 recebeu um facelift com nova frente e mudanças no interior. Passou a ser oferecida em duas versões: GLX e Ghia. Em 1986 recebeu direção hidráulica e motor CHT E-Max. Houve também uma versão 4X4 lançada em 1985 e descontinuada em 1987 devido a alta incidência de avarias mecânicas no sistema. Em 1987 voltou a ser chamada de Belina e sua produção durou até 1991, quando foi descontinuada para dar lugar ao Ford Royale e o Del Rey foi substituído pelo Ford Versailles.

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Nosso agradecimento ao leitor Lucas Faria pela indicação do tema desta matéria

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Matéria de Marcus Vinicius

diretoria@gasolinanaveia.com.br

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07/03/2024

Comments

  1. fui e ainda sou um entusiasta dos carros da Ford, meu primeiro carro da Ford foi um Belina 2 ano 1979 com motor 1.3, depois tive del Rey, Ford Pampa, f1000 por 11 anos, f250 4 portas 4×2 depois em 2005/2006 comprei uma f250 4×4 por 4 e o meu xodó. no início da pandemia comprei uma Ranger 2.2 câmbio manual cabine dupla dupla diesel 4×4, rodei 93 mil km em fim de semana em ramais muito ruim e o carro nunca apresentou um ruído ou qualquer barulho. excelente carro.

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