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Ingo Ott Hoffmann 

(São Paulo/SP – 28 de fevereiro de 1953)

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Troféu do primeiro título na Stock Car em 1980

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Ingo Hoffmann é um piloto de automobilismo brasileiro, é o maior campeão da história do Campeonato Brasileiro de Stock Car, com doze títulos.

A estreia de Ingo Hoffmann no automobilismo foi em 1972, correndo com o Fusca número 22 em Interlagos.

Ingo Hoffman, pilotando um VW Brasília da equipe Creditum, correu na extinta Divisão 3 e ganhou o campeonato paulista de 1974 na Classe A (até 1.600 cc). É bom comentar: Ainda em 1974 um VW Brasília participou do World Cup Rally nas mãos de Cláudio Mueller e Carlos Weck, saiu de Londres, atravessou o Canal da Mancha, passou pela França e Espanha, e novamente cruzou o mar chegando ao Marrocos. Voltou pela Tunísia, Itália, Grécia e chegou em Munique na Alemanha, suportando um rali que foi considerado dificílimo.

Ingo competiu na Stock Car desde seu início em 1979 até 2008 quando despediu-se da prova.

Os doze títulos foram nos anos de 1980, 1985, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1996, 1997, 1998 e 2002, sendo também dono do maior número de títulos seguidos, num total de 6.

Hoffmann competiu na Fórmula 1 pela equipe Copersucar-Fittipaldi por 6 corridas, só conseguindo largar em 3 delas e não pontuou. Em 23 de janeiro de 1977, Ingo Hoffmann disputou seu último GP na Fórmula 1, em Interlagos, palco da segunda etapa do campeonato daquele ano. Era a terceira participação de Ingo em uma corrida de F1. Em 1976 ele participou do GP da Argentina (foi o 11º colocado) mas não conseguiu se classificar para outras três provas: Estados Unidos, Espanha e França. Todas as suas participações na F1 foram pela equipe Copersucar-Fittipaldi, ao lado de Emerson Fittipaldi. Em 1977 ele abandonou na Argentina e terminou em sétimo no Brasil, não mais competindo na categoria. Retornou à F2 pela equipe de Ron Dennis, tendo como companheiro de equipe o norte-americano Eddie Cheever.

Em 2006, Ingo Hoffmann (AMG/Filipaper) passou do céu para o inferno, na 8ª etapa do Brasileiro de Stock Car, disputada no autódromo de Brasília, onde 44 mil pessoas prestigiavam o evento. Ocupando a 2ª posição, depois de largar em 8º, o maior vencedor da categoria foi surpreendido com a quebra da roda traseira esquerda, faltando10 voltas para o final. Fim de prova para Ingo e a vitória foi de Chico Serra depois de um jejum de quase três anos.

Em 2008 competiu com um Mitsubishi Lancer número 17 da equipe AMG.

Ingo foi campeão na Stock Car com os carros Opala, Ômega e Vectra.

Em 2008 Ingo disputou a Brasil GT3 Championship, correndo em um Lamborghini Gallardo, junto com Paulo Bonifácio. A dupla terminou a competição na oitava posição com 44 pontos, conseguindo uma vitória e cinco pódios.

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Histórias de Ingo Hoffmann contadas por Ingo Hoffmann

O piloto Ingo Hoffmann juntamente com Xandy Negrão, Ricardo Etchenique e Fernando Nabuco foram os vitoriosos nas 1000 Milhas Brasileiras de 2003. Segue relato de Ingo Hoffmann sobre a prova:

Essa 1000 Milhas foi muito interessante, por diversos aspectos.
No mês de janeiro daquele ano, eu estava de férias, no litoral de Sta Catarina, como fazia todos anos. Eu estava na praia, tomando uma caipirinha,  quando o Fernando Nabuco me ligou, perguntando se eu estaria interessado correr a prova, em um Porsche que ele estava trazendo da Europa. Isso era uns 15 dia antes da corrida. Como estava meio “alegre” concordei na hora, sem perguntar mais nada.
Quando voltei p SP, fui encontrá-lo, e lá fiquei sabendo que ele estava trazendo somente o Carro, 1 mecânico, e algumas peças sobressalentes, e MAIS NADA. Não tinha nenhuma equipe de apoio, e nem  mecânicos. Ele me pediu para ver se eu conseguia arrumar uma equipe para fazer todo apoio durante a prova. Imediatamente pensei no Andreas Matheis, que como eu também fala alemão, e tinha uma tremenda equipe estruturada. Liguei para Andreas, expliquei toda situação a ele, mas ele disse que primeiro iria falar c o Xandy Negrão.
O Xandy topou, e o Andreas veio com toda sua equipe para fazer todo serviço. Junto conosco estava o Ricardo Etchenique dividindo a pilotagem.
O carro demorou para ser liberado na alfandega, de modos que só chegou no Autódromo de Interlagos depois que a primeira sessão de classificação já tinha sido realizada. Na segunda sessão classificatória, eu dei poucas voltas e fiz a Pole Position. para surpresa de todos, inclusive a minha.
A largada, como em todas 1000 Milhas, era à meia noite, e chovia bastante. Lembro que larguei, e mantive uma disputa FANTÁSTICA com o Raul Boesel, (em outro Porsche) durante praticamente toda nossa primeira tocada. Foi sem a menor sombra de duvidas, uma das melhores disputas de minha carreira. Andamos o tempo todo no limite máximo dos carros, um ultrapassando o outro, de noite na chuva e ultrapassando carros mais lentos. No término de nossas tocadas, eu fui no box do Raul, para dar um abraço nele, e acabamos nos encontrando no meio do caminho, pois ele teve a mesma ideia que eu. Foi realmente um momento marcante em minha carreira. O carro do Raul acabou tendo um problema, de modos que acabou ficando fácil para nós vencermos a corrida, sendo essa a única vez que venci uma 1000 Milhas.

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Uma prova que Ingo não acreditava que sairia vitorioso:

Foi em uma etapa da Stock em 1997, no Autódromo de Curitiba, ano que a Stock estava muito competitiva, com muitos participantes, e eu estava na equipe Action Power, e o Meinha era o preparador.
Fiz a Pole no sábado, e na vistoria pós classificação, constatou-se que o carro estava 900grs abaixo do peso mínimo da categoria, mas isso por um erro da balança do Autódromo. O erro, foi que a equipe não passou o carro nessa balança, para fazer a checagem, mas é a balança do Autódromo que vale, portanto eu fui desclassificado, e teria que largar em ultimo na corrida.
O domingo amanheceu com uma baita chuva, daquelas que nem deveria ter a corrida, e eu estava na posição 32º no grid. Eu sempre digo que essa sem duvida foi uma das minhas melhores, se não a melhor corrida. Eu na realidade tive muito mais sorte do que juízo, porque assim que largou, sob visibilidade ZERO, eu fui passando o pessoal de tudo que é jeito. Quando estava em 3º atrás do Paulão em segundo, e o Xandy em primeiro, eu comecei a enxergar melhor, e não pude acreditar onde estava. Acabei passando os 2, e assumi a liderança, e SUMI na frente. O  Meinha, entrou no rádio, e falou “Ingo vc já tá em primeiro, maneira pra não sair da pista”.
Quado a corrida terminou, eu estava em estado de graça, pois nunca poderia imaginar que iria ganhar daquele jeito, e logo após o Podium, eu descobri que as outras equipes, inconformadas com minha performance, foram falar com os Comissários Desportivos, dizendo q eu estava usando um pneu especial que a Pirelli me entregou, que era “teste” para a temporada seguinte.

 

Perguntei a Ingo Hoffmann: “Qual o carro que vc teve mais prazer em pilotar ?”

Segue a resposta:

Na real, qqr carro é bom, q nasce bem, e é consequentemente competitivo, eu achava o melhor carro.
Mas em termos de “conjunto”, chassis, motor, pneus, peso, e performance, eram os F2, pq em termos de velocidade em contorno de curvas, eram algumas vezes mais rápidos q os F1.

Ingo Hoffmann relatou que desde criança já sabia que seria piloto, mesmo não tendo influência familiar, sendo que, ninguém da família era envolvida no esporte.

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Ingo Hoffmann não somente é um piloto renomado como também um pessoa de um carisma e educação incrível; quando fiz contato com ele propondo esta matéria, prontamente me respondeu e descreveu suas histórias para o conteúdo.

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Ingo é o provedor de um Instituto que leva o seu nome: “Instituto Ingo Hoffmann”, que presta assistência a crianças com câncer durante o tratamento. Conheçam mais um pouco do Instituto:

Casa da Criança e da Família é um projeto realizado e administrado pelo “Instituto Ingo Hoffmann”, através de uma parceria com o Centro Infantil Boldrini, hospital referência mundial em tratamento de crianças com câncer. Ele abriga temporariamente as crianças junto com sua mãe ou um familiar, durante o período de tratamento da doença. Seu principal objetivo é proporcionar melhor qualidade de vida a essas crianças e com isso aumentar a oportunidade de cura, uma vez que é comprovado que com carinho e um ambiente seguro fica mais fácil vencer obstáculos e consequentemente vencer a doença. O Instituto fica localizado na Rua Márcia Mendes, 679 – Barão Geraldo – Campinas/SP.

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Você também pode contribuir

veja como:

  • Instituto Ingo Hoffmann
  • Banco Bradesco – Nº 237
  • Agência – Nº 0323-9
  • Conta Corrente – 58717-6
  • CNPJ: 06.346.377/0001-83

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CONTRIBUIÇÃO MENSAL

Entre em contato pelos telefones:

(19) 3287-5834 ou (19) 3287-8000

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Matéria de

MARCUS VINICIUS

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Relatos pessoais de

INGO HOFFMANN

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15/04/2023

Comments

  1. O Ingo é uma pessoa maravilhosa! Todas as vezes que precisei falar com ele, prontamente me atendeu. Um ser de outro mundo, dentro e fora das pistas…
    Adorei a matéria, parabéns!

  2. Adorei, um fantástico Piloto e tbm como Pessoa, um homem vitorioso dentro e fora dás pistas… Parabéns Ingo, acompanhei parte da Grande Carreira 👏 ✌️👊. Um Abraço.

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