.

Pesquisando sobre automóveis, na busca de trazer novidades e raridades espalhadas pelo mundo e também as histórias que envolvem a construção e os fatos ocorridos com esses brinquedões, me deparei com mais uma “obra de arte sobre rodas”, esse é um termo que adoro usar. O mais interessante é ser um carro único e exclusivo, trazendo muita história e resistindo ao tempo até os dias de hoje. Vamos aos fatos…

A história é de um Cadillac, provavelmente o Cabriolet mais exclusivo já construído. Tudo começou com o rico playboy Phillipe Barraud; ele encomendou pessoalmente este projeto através de um revendedor Cadillac de Lausanne, na Suíça. Phillipe escolheu um Cadillac V16 1934 por seu monstruoso motor de 452cc e chassi robusto, para suportar qualquer carroceria que o adornasse. A Cadillac despachou um chassi simples com o motor para Lausanne na Suíça, onde seria feita a carroceria por Willy Hartmann, “um projeto único”. Phillipe queria todo o trabalho feito em sua cidade natal para supervisionar pessoalmente.

O resultado final foi impressionante; com 22 pés de comprimento, Hartmann criou um cabriolet amplo, até exagerado demais para ser dirigido em estradas normais. O design foi acentuado em cromo, imitando os mestres franceses Figoni et Falaschi, que foram pioneiros na tendência de uma pintura de GeoHam. 

Foi originalmente pintado de branco sujo com listas laranja na carroceria e saias do para-lama.

Os detalhes incluíam um painel com medidores montados no centro e um logotipo triangular redesenhado da Cadillac com a inscrição “Carrosserie Hartmann, Lausanne, Cadillac”.

Em razão da Guerra, o Cadillac ficou guardado por dez anos. Quando foi trazido de volta à vida, Phillipe o repintou de branco sobre azul claro para usá-lo nos dez anos seguintes. 

Foi novamente repintado de claro sobre marrom escuro após um acidente que destruiu a frente e suas luzes. Novas luzes de bala foram instaladas para substituir as pequenas luzes direcionais que pouco contribuíram para a elegância do design. Além disso, um para-choque de largura total foi construído.

O Cadillac ficou sumido, até ser encontrado abandonado em um campo em 1968 e foi vendido por apenas US$ 925. Erroneamente foi considerado um Roadster Figoni et Falaschi, trocou de mãos diversas vezes e passou por quatro restaurações. 

Uma das restaurações foi feita por Andre Lecoq, de Paris, que o modificou extensivamente criando um novo painel para vedar o teto quando rebatido, um novo interior, novos para-choques e novos detalhes cromados ao longo da linha do para-lama. 

Em 1990, foi leiloado no Barrett-Jackson como um legitimo ‘Figoni et Falaschi’ por US1,4 milhão. 

Quando o Hartman V16 chegou à Coleção Blackhawk, onde pode ser visto atualmente no museu, ele foi pintado de vermelho e a placa original de Willy Hartmann no painel foi substituída por uma unidade Figoni et Falaschi falsa. 

Novos cromos foram instalados, especialmente nas laterais e a grade substituída por uma embutida, ficando mais elegante.

.

*As fotos aqui mostradas não expressam a real sequência dos fatos.

.

Matéria de

Marcus Vinicius

.

.

30/setembro/2023

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *